quarta-feira, 4 de maio de 2011

Alguns apontamentos sobre a Psicoterapia Transpessoal

Olá leitor!
Hoje vou continuar minhas reflexões sobre a Transpessoalidade, discorrendo um pouco sobre ela enquanto instrumento psicoterápico.
Para falar sobre isso, inicialmente vou propor a compreensão de alguns aspectos importantes sobre Psicoterapia e para isso, vou aproveitar dos termos já utilizados e compará-la a um instrumento musical.
A primeira coisa, muito importante e necessária para tocar um instrumento, é saber fazê-lo, conhecendo o instrumento, suas partes e seu funcionamento.  Caso contrário, só se faz barulhos e dissonâncias, geralmente com sonoridade desagradável para aquele que escuta; além de se correr o risco de quebrar o mesmo.
Devo dizer que assim também ocorre com a Psicoterapia: é um instrumento delicado, que se não for utilizado adequadamente, oferece uma grande possibilidade de prejudicar, ao invés de ajudar; assim como a prática propriamente dita pode sofrer sérias distorções e, com isso, tornar-se um instrumento danificado.
Também é necessária uma boa afinação do instrumento, para que o som se faça límpido, cristalino.  No caso da psicoterapia também. Essa afinação se dá através do estudo e aprimoramento contínuo do psicoterapeuta, tanto no campo intelectual - no que diz respeito ao conhecimento e utilização da técnica - quanto no campo pessoal, submetendo-se ele mesmo, ao acompanhamento de suas questões e buscando sua própria expansão de consciência, neste caso, fazendo psicoterapia ou supervisão.
Como sabe, leitor, diferentes instrumentos oferecem diferentes sons e timbres. Mas todos, desde que bem tocados, oferecem belas melodias. Vamos associar este aspecto às diferentes abordagens em psicoterapia. São diferentes instrumentos que oferecem recursos àqueles que as buscam e podem sentir mais afinidade por esta do que por aquela.  Desde que seja bem conduzida, oferecerá bons resultados.
Ah, sim! Um ponto importante: Para tocar qualquer instrumento, o músico ou instrumentista precisa necessariamente conhecer MÚSICA.  Na psicoterapia, portanto, há também uma base geral, para todas as diferentes abordagens, que é a PSICOLOGIA.

Isto tudo colocado, acredito que possamos agora focalizar o assunto na Psicoterapia Transpessoal. O que acha leitor?
Então vamos lá.
Como mencionei no post anterior, o foco da Transpessoal é a expansão da consciência, através da qual as pessoas têm a possibilidade de, amorosamente, mudar, transformar, criar, construir.  Note amigo leitor, que todos os verbos representam ação.  Tendo esse foco, o psicoterapeuta transpessoal utilizar-se-á de diferentes recursos para auxiliar o seu cliente/paciente a alcançar esse estado que favorece uma ação consciente e construtiva.
Falar dos diferentes recursos é muito delicado.  Aqui também é necessário considerar questões como a afinidade e o preparo do psicoterapeuta para a utilização de técnicas específicas, que vão desde o diálogo - orientado dentro da concepção transpessoal da existência humana - até as técnicas específicas de respiração, relaxamento, vivências xamânicas, dramatizações, regressões, arte terapia, musicoterapia, dança, meditação..., enfim, uma enorme quantidade de "peças musicais" que podem ser executadas neste instrumento.
O que?  Você quer entender melhor o que significa expansão da consciência?  Bem, simplificando bastante, isso se dá quando a sua visão e percepção acerca das coisas, dos fenômenos, dos seres, da vida e especialmente de si mesmo, fica ampliada, permitindo entrar em contato com o objetivo e missão de cada um desses aspectos dentro da Criação. É o contato e conhecimento de si enquanto "ser integral" e da energia que se coloca em movimento nesse processo, que é o amor.

Não faça essa cara leitor! Parece muito grandioso, mas não é! Um dos pontos que a Psicoterapia Transpessoal privilegia é a possibilidade de nos tornarmos observadores de nós mesmos. E quando isso acontece, encaramos nossa "sombra" e nossa "luz", permitindo buscar a superação daquilo que não nos serve, bem como, saber tudo o que precisamos colocar em prática para construir uma vida melhor, para si mesmo, para os outros (direta ou indiretamente) e, consequentemente, para o mundo. 
Lembre-se leitor amigo: todos nós estamos aqui por algum motivo, além de termos a mesma origem e a mesma finalidade  (independente de crença ou religião - isso é fato).  Quando a consciência disso acontece, tomamos contato com a nossa "missão", que de certa forma, envolve amorosamente a tudo e a todos. Por isso acreditamos na possibilidade de um mundo melhor.  Também é por isso que a Transpessoal acolhe para seu campo de atuação tantas práticas e técnicas diferentes. 
Não pense leitor, que a Psicoterapia Transpessoal é uma abordagem mágica ou divina, que objetiva transformar "homens em anjos". De fato, o caminho é árduo: olhar de verdade para si mesmo é quase sempre um processo doloroso e demorado até que se consiga vencer todas as armadilhas do ego. Para tanto, requer coragem e determinação e, como toda construção, se faz assentando tijolinho sobre tijolinho.  
Bom trabalho!


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