Olá leitor. As
últimas semanas foram repletas de acontecimentos em meu mundo particular, me
levando às reflexões que quero apresentar.
São muitas coisas ao nosso redor que nos mobilizam para a
sensação da dor emocional e da tristeza.
De igual maneira, existem aquelas que partem de nós mesmos, seja pelos
nossos atos, pensamentos ou interpretação distorcida de um evento ou situação.
Mas, independente da origem, a verdade é que quando algumas dessas coisas
acontecem, ou provocamos ou entramos em sofrimento.
O sofrimento é único e particular. Duas pessoas jamais
passarão pelo mesmo grau de dor, tristeza e sofrimento ou igual interpretação
dos fatos. Requer, portanto, que o acolhimento seja cuidadoso, atento e,
principalmente, focalizado na pessoa que está em sofrimento. Não há acolhimento
quando não acontece empatia, quando acontece julgamento ou desqualificação do
sofrimento do outro e, pior ainda, quando aquele que deveria acolher tenta
comparar essa dor e sofrimento com outras histórias pessoais ou não. Isso, além de profundamente egoísta, pode até
ser um tanto agressivo.
Disso podemos concluir que nem todos sabem acolher e que,
por vezes podem até piorar a sensação naquele que sofre. E o fato de ser um
profissional que tenha estudado qualquer curso ou técnica específicos para o
atendimento daqueles que sofrem, não garante essa habilidade a ninguém, já que
o acolhimento vem do coração. Ou seja: a
comunicação entre quem está em sofrimento e quem acolhe é de coração para
coração.
Isso é importantíssimo, já que é o que determina o auxílio
real e efetivo. O acolhimento se faz ouvindo com o coração, amparando
amorosamente, refletindo com sabedoria e sem imposições.
Mas, o que fazer quando não se possui esse repertório e
capacidade? O respeito à dor do outro é
a saída. Um respeito que pode ser manifesto através do simples silêncio, já que
dessa forma não haverá julgamentos e/ou comparações. Um respeito que nos foi
ensinado há pelo menos 2000 anos e que diz “amar ao próximo como a si mesmo”,
ou seja, oferecer ao outro aquilo que gostaríamos de receber quando da nossa
dor e tristeza.
Pois bem leitor, conforme mencionei no começo deste texto, as
últimas semanas foram de grande estresse emocional, de embates, combates,
perdas emocionais significativas e surpresas, quanto ao acolhimento que não
aconteceu. Minha percepção é a de que as pessoas, inclusive as mais próximas,
perderam o foco que deveria estar naquele que precisa ser cuidado em suas dores
e tristezas, não conseguindo sair de si mesmas.
O resultado disso se percebe no aumento de conflitos nas relações, na
violência crescente, em pessoas cada vez menos comprometidas com a cidadania, com a humanidade,
com o planeta, em adultos gananciosos, egoístas e sem paciência.
Ainda falando das duas últimas semanas, nelas tomei muito
contato com ensinamentos referentes a esse dom, a paciência, um dos nove atributos
do amor, e acabei entendendo que é um aprendizado difícil, mas necessário. Uma prova de sabedoria! Entendi também e
novamente que, nas relações ela começa em nós e não deve ser esperada como
manifestação do outro, mesmo que estejamos precisando muito ser acolhidos com
paciência e amorosidade. Se você espera
o acolhimento e ele não vem, a frustração advinda dessa falta aumenta a dor
emocional e a tristeza significativamente. Como fazer? A paciência precisa
correr em duas vias, mesmo sabendo o quanto isso é complicado pra quem está no
sofrimento.
Profissionais da área das ciências humanas e prestação de
serviços, em geral são treinados para bem acolher; amigos, de modo geral
poderiam exercer acolhimento; pais, irmãos e cônjuges deveriam,
indubitavelmente, respeitar a dor e o sofrimento dos seus. Mas...
Seja como for, leitor, deixo registrado aqui as poucas
sugestões para melhor lidar com a dor, a tristeza e o sofrimento das pessoas ao
nosso redor: amorosidade, paciência e respeito; abrir mão de si mesmo, do olhar
egoísta e vaidoso para que se consiga perceber efetivamente o outro.
Se você, leitor, estiver do outro lado, se for você quem
está sofrendo, triste e dolorido, mantenha a paciência e use de amorosidade para consigo mesmo. O
autoacolhimento pode ser praticado, por mais solitário que pareça, já que o
ensinamento citado acima esclarece: ame como a si mesmo. Antes de amar o outro, temos que exercitar e
cuidar do amor por nós mesmos. Não é fácil!
Mas se o fosse, qual o mérito do aprendizado?
Um grande abraço, leitor, e que possamos superar as nossas
dores e tristezas, nos fortalecendo e amando o suficiente para ajudar os outros
a vencerem seus próprios sofrimentos.
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