sexta-feira, 29 de maio de 2015

Sobre dor, tristeza e acolhimento.


Olá leitor.  As últimas semanas foram repletas de acontecimentos em meu mundo particular, me levando às reflexões que quero apresentar.

São muitas coisas ao nosso redor que nos mobilizam para a sensação da dor emocional e da tristeza.  De igual maneira, existem aquelas que partem de nós mesmos, seja pelos nossos atos, pensamentos ou interpretação distorcida de um evento ou situação. Mas, independente da origem, a verdade é que quando algumas dessas coisas acontecem, ou provocamos ou entramos em sofrimento.

O sofrimento é único e particular. Duas pessoas jamais passarão pelo mesmo grau de dor, tristeza e sofrimento ou igual interpretação dos fatos. Requer, portanto, que o acolhimento seja cuidadoso, atento e, principalmente, focalizado na pessoa que está em sofrimento. Não há acolhimento quando não acontece empatia, quando acontece julgamento ou desqualificação do sofrimento do outro e, pior ainda, quando aquele que deveria acolher tenta comparar essa dor e sofrimento com outras histórias pessoais ou não.  Isso, além de profundamente egoísta, pode até ser um tanto agressivo.

Disso podemos concluir que nem todos sabem acolher e que, por vezes podem até piorar a sensação naquele que sofre. E o fato de ser um profissional que tenha estudado qualquer curso ou técnica específicos para o atendimento daqueles que sofrem, não garante essa habilidade a ninguém, já que o acolhimento vem do coração. Ou seja:  a comunicação entre quem está em sofrimento e quem acolhe é de coração para coração.

Isso é importantíssimo, já que é o que determina o auxílio real e efetivo. O acolhimento se faz ouvindo com o coração, amparando amorosamente, refletindo com sabedoria e sem imposições.

Mas, o que fazer quando não se possui esse repertório e capacidade?  O respeito à dor do outro é a saída. Um respeito que pode ser manifesto através do simples silêncio, já que dessa forma não haverá julgamentos e/ou comparações. Um respeito que nos foi ensinado há pelo menos 2000 anos e que diz “amar ao próximo como a si mesmo”, ou seja, oferecer ao outro aquilo que gostaríamos de receber quando da nossa dor e tristeza.

Pois bem leitor, conforme mencionei no começo deste texto, as últimas semanas foram de grande estresse emocional, de embates, combates, perdas emocionais significativas e surpresas, quanto ao acolhimento que não aconteceu. Minha percepção é a de que as pessoas, inclusive as mais próximas, perderam o foco que deveria estar naquele que precisa ser cuidado em suas dores e tristezas, não conseguindo sair de si mesmas.  O resultado disso se percebe no aumento de conflitos nas relações, na violência crescente, em pessoas cada vez menos  comprometidas com a cidadania, com a humanidade, com o planeta, em adultos gananciosos, egoístas e sem paciência.

Ainda falando das duas últimas semanas, nelas tomei muito contato com ensinamentos referentes a esse dom, a paciência, um dos nove atributos do amor, e acabei entendendo que é um aprendizado difícil, mas necessário.  Uma prova de sabedoria! Entendi também e novamente que, nas relações ela começa em nós e não deve ser esperada como manifestação do outro, mesmo que estejamos precisando muito ser acolhidos com paciência e amorosidade.  Se você espera o acolhimento e ele não vem, a frustração advinda dessa falta aumenta a dor emocional e a tristeza significativamente. Como fazer? A paciência precisa correr em duas vias, mesmo sabendo o quanto isso é complicado pra quem está no sofrimento.

Profissionais da área das ciências humanas e prestação de serviços, em geral são treinados para bem acolher; amigos, de modo geral poderiam exercer acolhimento; pais, irmãos e cônjuges deveriam, indubitavelmente, respeitar a dor e o sofrimento dos seus. Mas...

Seja como for, leitor, deixo registrado aqui as poucas sugestões para melhor lidar com a dor, a tristeza e o sofrimento das pessoas ao nosso redor: amorosidade, paciência e respeito; abrir mão de si mesmo, do olhar egoísta e vaidoso para que se consiga perceber efetivamente o outro.

Se você, leitor, estiver do outro lado, se for você quem está sofrendo, triste e dolorido, mantenha a paciência e use de  amorosidade para consigo mesmo. O autoacolhimento pode ser praticado, por mais solitário que pareça, já que o ensinamento citado acima esclarece: ame como a si mesmo.  Antes de amar o outro, temos que exercitar e cuidar do amor por nós mesmos. Não é fácil!  Mas se o fosse, qual o mérito do aprendizado?

Um grande abraço, leitor, e que possamos superar as nossas dores e tristezas, nos fortalecendo e amando o suficiente para ajudar os outros a vencerem seus próprios sofrimentos.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Homofóbicos.


Olá Leitor!



Um acontecimento recente, bem próximo de mim, e muito, mas muito desagradável, me motivou voltar à escrita, com um tema polêmico e ao mesmo tempo de extrema relevância: HOMOFOBIA.

Não, leitor, não é tema batido e nem repetitivo. Ainda presenciamos cenas de barbárie como assassinatos brutais, violência gratuita e agressões inexplicáveis, tanto no contexto físico quanto no psicológico. Crueldades que não se registram nem mesmo entre os mais selvagens e perigosos animais da natureza. Seria um tema batido se de fato as pessoas, de modo geral, estivessem já educadas e firmes na iniciativa de combater qualquer forma de preconceito e respeitar o ser humano em sua totalidade.  Infelizmente não é isso o que acontece.

Vamos lá!

Apesar de o termo HOMOFOBIA significar literalmente “medo ou aversão do que é igual”, ele foi aplicado no senso comum como “medo ou aversão ao indivíduo, homem ou mulher, com orientação homoafetiva ou homoerótica”.  Se pensarmos bem, o termo adequado para isso seria HETEROFOBIA, pois teria como significado o “medo ou aversão do que é diferente” e serviria para nomear a tal intolerância com aquele que é diferente nas crenças, práticas, vivências, desejo, etc.

Diante deste esdrúxulo (mas verdadeiro) comparativo, de imediato, podemos perceber que se trata de preconceito em relação ao que o outro faz, a forma como vive, seus valores, seus desejos, seu convívio, sua educação, sua cultura.

Estranhamente, o ponto que definitivamente me leva à preocupação em relação ao tema é que, geralmente, o indivíduo homofóbico exerce sua ação restritiva, violenta, agressiva, sem que tenha sido efetivamente provocado para isso. O que quero dizer, é que são poucos os casos em que um homoerótico ou homoafetivo deliberadamente exerce uma provocação dirigida ao homofóbico. E como você, leitor, já deve ter percebido, é sobre este último elemento que vou explanar.

Saindo um pouco do discurso raso de que todo homofóbico tem a sua sexualidade mal resolvida, embora este possa, sim, ser um dos motivos para que ele exerça a perseguição, desejo, antes, levantar outros pontos para reflexão.  


O preconceito sobre qualquer coisa significa, de imediato, desconhecimento de um conceito, má elaboração de um conceito, pré-concepção sem base acerca de um conceito ou ainda distorção de um conceito. Explico: para lidar com os temas cujos conceitos desconhecemos, de modo geral, utilizamos um mecanismo de elaboração e aplicação de códigos de regras captados do meio onde estamos inseridos (família, religião, escola, sociedade, etc.). Às vezes, as informações captadas são suficientes para a compreensão de um determinado conceito ou fenômeno a ele ligado. Às vezes não. Por outras vezes, mesmo desconhecendo o conceito e usando esse mecanismo que forma o “pré” conceito, acontece uma sintonia com o dado fenômeno atrelado ao conceito e dessa forma, não gera desconforto nem para quem não conhece de fato o conceito e nem para quem está diretamente ligado ao fenômeno. Por outro lado, quando ocorre uma distonia, instala-se um desconforto, uma frustração e um desprazer. Estes aspectos, por sua vez, virão a eliciar as atitudes de rejeição, negação e eliminação do fenômeno, tudo e todos a ele relacionado. A frase que resume este caminho é: “eu rejeito, nego e elimino aquilo que ignoro ou que não compreendo”. 
 
Vimos a base, o alicerce.  Avançando um pouco mais, vamos nos deparar com o medo e a aversão. O medo é um mecanismo irracional, usado para prevenir ou evitar coisas ou situações que ponham em risco nossa integridade física e psicológica. É irracional pelo fato de colocar o corpo em alerta para ações rápidas e defensivas, às vezes reflexas.  A frase de quem teme alguma coisa é: “eu me defendo daquilo que me dá medo”. 

A aversão refere-se às sensações (geralmente orgânicas que podem também estar acompanhadas de respostas emocionais) de extrema aflição e desagrado, tais como a dor, a náusea, sensações de tontura, falta de ar, choro convulsivo e eliciar reações, por exemplo, coléricas. A frase que pode exemplificar uma pessoa que tem aversão é: “eu sofro muito, passo mal com aquilo que me aflige”.

O termo fobia está associado ao medo e à aversão. É uma manifestação excessiva, absurda de medo e/ou aversão e só pode ser controlada através da evitação permanente do objeto ou situação específica, causadora dessas sensações. Cabe dizer que a angústia sentida pelo fóbico não é proporcional ao perigo, porém o sentimento fica incontrolável.  Os cientistas do comportamento afirmam que ela é aprendida, tanto quanto a resposta de evitação ou eliminação do estímulo.  Uma frase representativa de um fóbico pode ser: “Tire isso daqui! Não posso suportar!”.

Por fim, é necessário colocar em cena as questões inconscientes que vão desde os traumas ou experiências vividas como traumáticas no passado, que são jogadas para o esquecimento e terminam deslocadas para respostas emocionais de aversão, medo e fobia a objetos, pessoas ou situações que as evoquem. É aquilo que mencionei no começo como tornado senso comum acerca da homofobia ou ainda da violência sexual, onde as pessoas insistem em generalizar que todo homofóbico é um gay enrustido, que foi abusado quando criança ou que sofreu um trauma na infância; assim como generalizam que todo abusador um dia foi abusado. É possível, mas não é regra. A frase que exemplifica este indivíduo pode ser: “Odeio isso. Não preciso de motivo. Simplesmente odeio isso”.

De certo modo, quando ficamos sabendo de uma barbaridade cometida contra um(a) homossexual, bissexual, transgenero ou travesti, o homofóbico envolvido está mais próximo deste último tipo, já que desenvolve um quadro psicopatológico mais intenso, beirando a psicopatia, ou seja, perde o critério e julgamento dos próprios atos em relação ao outro. Por esse motivo esse tipo de homofóbico ficou mais conhecido.

Vale dizer, no entanto, que os outros tipos citados também podem exercer (e o fazem) atos homofóbicos bastante agressivos, seja física ou psicologicamente. Nesse caso, estamos falando inclusive do bullying, cuja ação pode mesmo induzir a vítima até ao suicídio.

A descrição dos tipos acima, me faz pensar muitas coisas, leitor. Entre elas, como fica o discurso homofóbico padrão: “Eu rejeito, nego e elimino o gay, pois não o compreendo. Como não o compreendo, tenho medo e preciso me defender. Isso me aflige e provoca sofrimento, pois passo muito mal. Portanto, quero que tire esse gay daqui, da minha vida ou do meu convívio! Não posso suportar! Odeio gays e não preciso de motivo. Simplesmente odeio gays”.  Não preciso mencionar o quanto é lamentável.


Pensei também numa cena que vi, certa vez, num documentário sobre a faixa de Gaza. No documentário aparecia um homem jovem ensinando e forçando seu filho de 3 ou 4 anos a ofender e tacar pedras em quem estivesse do outro lado da cerca. Igualmente, do outro lado, outro homem, com um filho entre 5 e 6 anos, ensinava e forçava a mesma coisa.  Duas crianças, em lados opostos, sendo ensinadas e violentadas (sim, violentadas! Crianças não nascem agressivas. Isso é uma violência.) para se odiarem mutuamente, por motivos (conceitos) que naquele momento, em função de suas idades e fases de desenvolvimento, jamais conseguiriam compreender e elaborar. Este é um excelente exemplo de como se instala o preconceito e mesmo a fobia.  Dependendo das chances e possibilidades dessas crianças, talvez pudessem resignificar esse aprendizado, a partir da apreensão do verdadeiro conceito envolvido nesse fenômeno político social e escolher outro caminho, outra atitude que não a agressão e a destruição do outro. Num paralelo, o que quero dizer aqui é que, o homofóbico, seja por trauma inconsciente, seja por ignorância (a maioria), seja por aprendizado, tem a possibilidade de resignificar e abandonar a atitude destrutiva.

Portanto, pode-se estabelecer que o homofóbico ou (1) é um ignorante que se deixa levar por um preconceito (ignorante, aqui neste texto, é aquele que ignora algo, no caso, o conceito); ou (2) é um medroso que deposita na figura do homossexual um perigo fantasioso para sua integridade física e não quer superar esse medo; ou (3) aprendeu algo errado e desenvolveu uma fobia inexplicável, a qual não tem disponibilidade para corrigir, ou (4) tem uma aversão que pode estar relacionada com experiências inconscientes que carecem de tratamento.  Em todos os casos acima descritos, o homofóbico, quando questionado sobre o que o motiva para a agressão, não consegue uma explicação coerente e fundamentada.  Não há conceito.

Quando pensamos nestes tipos, há ainda que lembrar que aqueles que exercem o mesmo papel dos pais, naquela cena do documentário sobre a faixa de gaza, são tão ou mais perigosos e doentes que aqueles a quem “educam” para o preconceito e para a agressão.  Atualmente, em nosso país enfrenta-se um momento delicado, posto que muitos líderes de certos grupos religiosos atestam que a homossexualidade é algo para ser erradicado da face do planeta. São (des)educadores que pregam um sem número de distorções e ainda afirmam que isso é em nome de Deus. Não bastaram as guerras santas para demonstrar que quando se trata do Criador, não há como encaixar agressão, eliminação, destruição? Nada disso pode “criar”!

Além disso, surpreendentemente, a pessoa que deveria cuidar e assegurar os direitos humanos a todos em nosso país, não passa de um poço de preconceitos no que se refere à diversidade racial, econômica e sexual.

Mas, voltando ao tema original (sem ter saído dele), o homofóbico que se deixa crer nos preconceitos ensinados por outros homofóbicos ou aqueles que “entram no embalo” do bullying com um colega de escola, de trabalho, de grupo, um membro da família, geralmente acreditam que estão cumprindo uma missão, fazendo um bem para a humanidade. Em suas fantasias são verdadeiros heróis que, porém, não fazem o bem pelo simples fatos de fazê-lo. Esperam um tipo de pagamento. Uma recompensa, um reconhecimento, um lugar especial na preferência do líder. Nutrem a expectativa de, a partir de seus atos “(in)sanitários”*, serem premiados e elevados diante dos demais.  Sentem-se imbuídos de um poder maior que lhes permite acusar, julgar e penalizar o outro que apenas quer ter o direito de viver o seu amor, seu desejo e seu prazer, assim como qualquer pessoa. Aqui, o crime que é imputado é o ser diferente daquilo que, sabe-se lá quem, definiu como norma a ser seguida, regra a ser mantida.  (*trocadilho do autor)

Também esses tipos de homofóbicos são doentes. Carentes de reconhecimento, de afeto e de amor, tentam realizar algo (ab)usando da integridade do outro. Perdem a noção de humanidade, de humildade e de fraternidade.

Pois é, leitor, como disse lá no começo, nesta semana estive às voltas com esse tema, de forma muito próxima. Me chocou, surpreendeu, desgastou, mas resultou nestas reflexões que, de verdade, me auxiliam muito no exercício de minha profissão onde busco orientar as pessoas no sentido de serem melhores e assim , produzirmos um mundo melhor.  Às vezes esbarramos com ignorantes, preconceituosos, presunçosos que se arvoram de um falso heroísmo e do falso direito de “eliminar” o que é diferente.

Sim leitor, são essas as manifestações da homofobia. Ferramentas ardilosas que os vários tipos de homofóbicos usam às vezes de maneira sutil e com as quais, seja de fato ou simbolicamente, ceifam relações, destroem afetos, trituram grupos e amizades, acabam com famílias. Lamentavelmente não percebem que, na verdade, estão sempre destroçando a si próprios e comprometendo-se gravemente com a humanidade que fica ferida cada vez que qualquer um dos seus é também ferido. Esperemos que parte deles desperte e busque a compreensão, o conhecimento para a superação do preconceito e especialmente a ajuda para resignificar suas dores.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Coração Caipira

Olá leitor!

Ja faz um tempo que não me comunico, não é?
Muitos afazeres!  Alguns serão trazidos aqui, em breve.

Hoje, diferente dos posts costumeiros, vou mostrar um lado pouco manifesto e pouco explorado, que espero que você goste.

Uma pessoa muito querida sempre me chama, carinhosamente, de caipira.  É verdade, sou do interior!
Há algum tempo tive a inspiração para escrever este poema, que, embora minha cidade natal não seja exatamente o vilarejo que se vislumbra no poema, ainda assim carrega um "não sei que" de interior na atitude das pessoas, muito diferente da capital.

Vinicius de Moraes e Tom Jobim, na música Carta ao Tom 74, falam do "cimento armado" que rouba a visão do Redentor.

Acredito que o sentimento seja parecido, porém mais focalizado na atitude do respeito / desrespeito ao próximo.

Deixo então com você, leitor amigo, meu CORAÇÃO CAIPIRA:

Sou caipira, lá do interior.

Vim da terra, vim do mato, vim das bandas de lá

E de lá de onde eu vim, os verdadeiros valores

A vida é que tem o poder de ensinar

 

No interior,  onde eu cresci

A gente aprende a escutar

A modinha da mata, o lamento do riacho

E a sinfonia do luar

 

Vim do mato onde há beleza

Que é inspiradora por todo lugar

Onde ouvindo a natureza

Eu aprendi a cantar

 

Pelas estradas da minha terra

Passa todo tipo de gente

Que apesar de diferente

Desde pequeno aprendi a respeitar

 

Moça pura, mendigo sujo, roceiro,

Padre santo, mulher da vida, doutor da cidade,

Pai de família, viado ou putanheiro

Todos iguais, filhos do mesmo Pai: Isso é diversidade

 

Então, mudei pra capital

Porque quis estudar

Vi prédio alto e coisa e tal

Cimento e concreto a se perder no olhar

 

Não tem mato, não tem terra

Tudo é cinza e sem cor.

O som que a cidade ensina

É um triste gemido de dor.

 

Respeito e solidariedade

No asfalto, nas calçadas, à luz da lua

São valores esquecidos.

Pois a agressão impera pelas avenidas e ruas.

 

Para o homem da cidade

Diversidade é algo a exterminar

Ninguém pode ser diferente

Todos tem que se enquadrar

 

Assim o homem “civilizado”

Vive dor, desespero e agressão.

Isso, no lugar da fraternidade

É o que brota na multidão.

 

Não ouço mais os pássaros

Nem os rios, não há noites de luar

Nem mais a mata com a brisa a farfalhar

Há um silêncio mórbido e sorrateiro no meio das sirenes a ecoar

 

Foi assim que o coração deste caipira

Encolhido e entristecido

Com a dureza dessa gente da cidade

Que não respeita a natureza e nem a diversidade

terminou o seu cantar.

Ralmer Nochimówski Rigoletto
2012.
 


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

CONVITE PARA O FIM DO MUNDO

 
            Chegaram novamente as Festas.
             Neste ano, como em alguns outros passados, paira uma dúvida nos corações: será que o mundo vai acabar?
             Desta vez temos data marcada.  Nas ocasiões passadas também.
             Desta vez temos mais medo.  Sabemos o quanto somos corresponsáveis pela existência (ou não) de um futuro sombrio para nós mesmos e para as outras espécies que compartilham nosso planeta.
            E nessa hora, das Festas vindouras, queremos todos    esquecer o “fim do mundo” e falar de amor, de esperança, de fraternidade.
           Desta vez com mais ênfase.  Nas ocasiões passadas também.           Desta vez desejando bons e melhores sentimentos! Sempre soubemos da necessidade de unir mentes e corações para entrar “num novo dia, num novo tempo” e ainda assim, com o passar das festas voltamos à mesmice.
 
  Portanto, hoje não quero lhe cumprimentar e nem lhe fazer os mesmos votos de sempre.
     Quero fazer-lhe um convite...
 para o fim do mundo.
           Então, desta vez, vamos levar a sério as intenções de amor, esperança e fraternidade, colocando a caridade em prática em nossas vidas;
         Desta vez, vamos de fato quebrar os falsos paradigmas que nos impelem a atos egoístas e vaidosos, lutando para vencer aos nossos próprios egos;
         Desta vez, vamos realmente desejar e praticar a superação e aceitação das diferenças raciais, sociais, políticas, religiosas, econômicas, culturais, sexuais, esportivas, entre tantas outras, e expandir a nossa compreensão e aceitação do outro como ele é, filho imperfeito, como todos nós, do mesmo Pai Criador;
        Somente desta vez, vamos de verdade destruir esse velho mundo cinza, contaminado, gasto, usado, abusado e deteriorado que existe dentro de nós e deixar brotar um novo, pleno de ações e atitudes conscientes, renováveis, biodinâmicas, azul, verde, todo colorido e de muita luz.


           Sim. Que venha o fim do desse mundo egóico em 2012.  E que todos nós aceitemos este convite para, em 2013, reconstruir a nossa casa interna com afeto, responsabilidade e afinco. 

           E desta vez, e para todo o sempre, que saibamos cuidar bem desse tesouro que nos é confiado.

           Assim conseguiremos   viver a felicidade almejada.

 

Ralmer Nochimówski Rigoletto



segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Teatro Espontâneo / Teatro Debate - WORKSHOP


WORKSHOP 2012
TEATRO ESPONTÂNEO/TEATRO-DEBATE
30 DE NOVEMBRO a 2 DE DEZEMBRO - CAMPINAS-SP
Coordenação: MOYSÉS AGUIAR

 

O teatro-debate é uma modalidade de teatro espontâneo. Como o nome diz, busca estimular a discussão cênica, pelos participantes, de um determinado tema preestabelecido.
A discussão cênica proporciona um aprofundamento que supera a abordagem meramente verbal, abrindo portas que conduzem a compartimentos pouco visitados do sentir e pensar.

O aproveitamento desse potencial exige algumas estratégias de direção e o trabalho de atores-facilitadores devidamente treinados.
Para quem ainda não participou de um teatro-debate, o workshop tem como objetivo uma iniciação vivencial. Para os que já o conhecem, uma revitalização e um aprofundamento técnico além de uma reflexão conjunta sobre sentidos e fundamentos teóricos.

Conteúdo:
1 – Estrutura do teatro-debate
2 –  Facilitação da fase verbal: a técnica do carrossel
3 –  Atuação dos atores facilitadores: cenas espelho e cenas mistas
4 –  Direção cênica: protagonismo, dramaturgia, coprodução
5 –  Processamento técnico e teórico

Local do evento:
Rua Mogi Guaçu, 1270 - Chácara da Barra - Campinas - SP

Data e horários:
De 30/11, sexta-feira, às 18h até domingo, 2/12, às 13h.

O workshop se desenrola em clima de semi -imersão, sendo imprescindível a participação integral, do início ao fim.

Custo:
Inscrições: R$ 480 à vista ou duas parcelas de R$ 250 (a primeira,  no ato de inscrição e  a segunda,  durante o evento).

Forma de inscrição:
Enviar e-mail solicitando a inscrição e informando a data e o valor do depósito bancário efetuado.

(e-mail: moysag@gmail.com; conta bancária: Itaú, ag. 4892, c/c 04841-6, Moysés Aguiar, cpf 032.472.528.00)