terça-feira, 20 de setembro de 2011

Na escola da vida, "ninguém é seu inimigo, ninguém é seu amigo; todos são seus instrutores".
Adaptado de Luz no Caminho, de Mabel Collins.

Pois é, leitor.  Retornei de Buenos Aires, de minha participação no XI Congresso da Sociedade Latino Americana de Medicina Sexual - SLAMS, cheio de reflexões sobre o relacionar-se com os outros.  De fato, aprendi mais um pouquinho sobre o que diz a frase acima e que resume tudo o que senti e estou sentindo.  Ela basta, em sua complexa simplicidade. 

Por vezes somos impelidos a pensar que esta ou aquela pessoa que cruzou, cruza ou cruzará nosso caminho, teve, tem ou terá um papel simpático ou antipático.  Visão devastadoramente limitada.  Quase cartesiana nesse binomio do bom ou mau.  E o pior, leitor, é que também estaremos sendo vistos assim, já que a lente que usamos para ver o outro é a mesma que ele usará pra nos ver.

Quando ampliamos a visão do outro para uma dimensão muito maior, lembrando que somos todos oriundos do mesmo Criador e que nesta grande escola que é a vida, rumamos juntos na incrível missão de evoluir, para um dia sermos novamente o UNO, é nesse exato momento (da visão ampliada) que identificamos no outro muito mais do que um simples ente bom ou mau segundo nosso ego ainda medíocre e imaturo. 

Esse outro, seja interpretado como amigo ou inimigo, que na verdade prefiro chamar de afeto ou desafeto, torna-se o mestre que vem defrontar nossos íntimos defeitos.  O afeto o faz de forma carinhosa, acolhedora e muitas vezes, pela sua forma suave em nos oferecer o ensinamento, não recebe seu devido valor.  O desafeto, ao contrário, "bota o dedo na ferida", nos chamando a atenção para aquilo que não gostamos em nós.  Essa é, pois, a grande lição: reconhecer no outro, independente de sua forma de agir ou atuar em nossas vidas, o mestre, o instrutor para aquilo que precisamos aprender e apreender.  

E assim voltei de Buenos Aires: revendo e revisitando cenas, situações, histórias... Máscaras, mascarados e desmascarados... Rostos, lágrimas, sorrisos... Voltei reativando afetos, desmitificando desafetos e, especialmente recebendo, acolhendo e agradecendo à tantas lições que todos meus instrutores da vida tem me oferecido.  À todos vocês, minha reverência sincera, pois hoje, mais do que nunca, eu os vejo e os reconheço como importantes personagens de minha história.