Olá Leitor!
Nessa primeira reunião notei que, embora os
anfitriões fossem a ponte entre os convivas, os demais “pensadores”, se assim o
leitor me permitir chamar-nos, ou não se conheciam, ou conheciam um pouco,
exceção feita aos casais presentes.
Demorei um pouco a entender a dinâmica da “sala”,
pois a conversa fluiu bem solta logo de cara, sem apresentações, sem escolhas
de temas e, posso assegurar-lhes, que os assuntos que emergiram foram pra lá de
interessantes.
Do meio para o final é que as apresentações
aconteceram, entremeadas por mais discussões. Nossa! Que grupo aquecido!
Eu me enrolei um pouco pra falar da Constelação
Sistêmica, o que revela que preciso aprofundar mais no conhecimento teórico,
apesar da prática já estar quase totalmente incorporada ao meu trabalho.
Mas, leitor, sei que não interessa o que aconteceu
comigo e sim o que tudo isso pode trazer, também, de benefício a você. Não terei como reproduzir tudo o que foi
pensado, falado ou discutido ali, mas tentarei registrar o melhor de minhas
impressões.
Muitos temas emergiram durante a conversa, partindo
da crescente invasão e dependência das redes sociais na Internet. Passamos pelo
TDAH (Transtorno de atenção e hiperatividade), psicoses, parto domiciliar, constelação
familiar sistêmica, sistema educacional e desescolarização, até astrologia / astronomia
e a musicalidade dos ritmos das órbitas planetárias no Sistema Solar. Foram
aproximadamente 4 horas que passamos ali, falando de nossas impressões,
experiências e atividades profissionais, crenças e descrenças, percepções do
mundo e das pessoas. Política também, não essa partidária, pobre e contaminada,
mas aquela que atua na condução e direção de um povo e sua cultura.
Falamos muito de saúde e educação. Aliás, o ponto alto da conversa foi a
desescolarização, tema este que voltará a ser mote de uma das reuniões. Dentro
de tanta diversidade, falou-se também sobre sexualidade (eu não deixaria passar
esse tema).
O que me marcou mais profundamente foi perceber o
quanto vivemos momentos de intensas mudanças em quase todos os cenários através
dos quais todos nós, seres humanos, habitantes deste planeta, transitamos.
John Gagnon, um pesquisador da área de sexualidade,
adepto da teoria dos roteiros, agrega em um de seus artigos a necessidade que a
diversidade (no caso do artigo, sexual; neste diálogo, entendamos a diversidade
em todas as suas expressões) revela de se criar novos roteiros, adaptar e
vivenciar o mundo, a sociedade, os sistemas de novas formas. Numa visão ampliada, ele propõe que as
pessoas, em toda a sua diversidade, rompam com a normose instalada e viciada,
imposta e ensinada a todos nós e adaptem, criem novos roteiros.
Talvez, uma das propostas desse grupo que se reuniu
seja exatamente essa, de olhar para essas novas possibilidades de forma
crítica, analítica e, quem sabe, experiencial.
E assim, com essa percepção e colocação, me vi
então partícipe naquela “sala de viver”, ao lado de pessoas que também são
buscadores de novos roteiros, pensadores em busca de um compreender e fazer melhor,
cujo foco não está em si mesmo.
Aprendi muito e espero ter a possibilidade de, na
medida em que novas e profícuas discussões acontecerem, compartilhar minhas
impressões com você, leitor.